Far Cry 6 é o novo capítulo de uma das sagas mais amadas da Ubisoft, e desta vez traz uma história totalmente nova, com novos personagens e uma mapa imenso para explorar.
O game começa de forma semelhante aos títulos anteriores, introduzindo o vilão do jogo, Antón Castilho (Giancarlo Esposito) que é um ditador impiedoso, que fará de tudo para manter a ilha de Yara sob o seu poder, mesmo que para isso ele tenha que tomar medidas extremas.
HISTÓRIA
O enredo do jogo não possui nada de tão inovador e segue a mesma receita de bolo vista em Far Cry 3, 4 e 5, mas cumpre com o objetivo de inserir o jogador naquele mundo. E para isso alguns fatores são primordiais e usados de forma magistral pelos desenvolvedores, sendo eles, o mapa de Yara que é vivo e dá um ótimo contexto de como é a vida na ilha e como a população vive nela, os personagens principais que dão a visão de como a narrativa irá se desenvolver até a resistência (Libertad) chegar ao poder, e por fim e mais importante o vilão, que mesmo aparecendo em momentos específicos durante a jornada tem uma presença e causa um sentimento de ameaça a todo momento. E tudo isso culmina no final onde todos estes elementos são unidos e proporcionam ao jogador uma experiência satisfatória.
Mapa e Paisagens Paradisíacas
O mapa de Yara é sem sombra de dúvidas um dos pontos altos de Far Cry 6, pois apresenta uma natureza de encher os olhos, principalmente se vista na versão de PS5 do game, tendo praias lindas, montanhas, florestas repletas de vida, cidades que pararam no tempo devida a não industrialização da ilha entre outros diversos lugares magníficos que podem ser visitados no game.
E sobre o quesito de exploração no mapa, podemos explorar lugares à procura de itens raros, caçar animais, tomar postos avançados, destruir placas de propagandas, pegar missões secundárias, destruir ou tomar pontos de interesses entre outras atividades. O que no geral traz uma certa vida extra para o jogo, já que a campanha tem de 25 a 30 horas de duração, mas já para quem busca 100% pode passar facilmente das 80h de jogo.
Veículos e Armas
Os veículos e as armas são um ponto bem explorado nesta sequência, sendo que desta vez temos inúmeros tipos de formas de nos locomovermos e de acabar com nossos inimigos.
Na parte dos veículos, temos carros, motos, quadriciclos, helicópteros, aviões, wingsuit, paraquedas e a maior novidade neste quesito, a introdução dos cavalos como meio de transporte. E todos são customizáveis, podendo ser escolhido a cor, o modelo e alguns detalhes, em especial no carro do protagonista Dani Rojas, onde podemos fazer inúmeras modificações desde as armas que ficam em cima de carro, até os enfeites que ficam no painel do carro.
Nas armas o sistema é o mesmo, todas podem ser customizadas, principalmente na parte de modificações, onde o jogador pode escolher que tipo de munição ele quer colocar em sua arma, que são balas perfurantes, balas com veneno, balas que causam mais danos entre outras modificações. É possível também colocar silenciadores, miras, canos, pentes de munições, todos como uma singularidade própria que te auxiliaram durante o gameplay.
Outro aspecto que foi introduzido em Far Cry 6 são as armas improvisadas, que são criadas por Juan, e podem ter as mais diversas habilidades, desde atirar discos tomando macarena, a uma escopeta curta com escudo. E essas armas com certeza acrescentam muito a experiência do jogo.
Progressão de personagem e melhorias
Este creio que seja o ponto que mais irá desagradar os fãs da franquia, já que agora não temos mais o ganho de pontos de habilidades que podem ser distribuídos na árvore de habilidades do seu personagem. Portanto o game não possui dois aspectos que estão presentes desde os primeiros jogos.
Agora, o game apresenta um sistema parecido com o de um RPG, onde com o passar das missões, seu personagem vai subindo de nível e conseguindo itens melhores como capacetes, calças, camisetas e sapatos. Esses que tem papel importante durante a gameplay, porque são nivelados com estrelas sendo 1 estrela fraca, e 5 estrelas um item muito bom.
Isto com certeza impactará no gameplay de quem já estava acostumado com a progressão dos jogos anteriores. Um exemplo claro disso é que nos jogos anteriores era necessário que o jogador liberasse a habilidade de abater furtivamente inimigos com armaduras, já aqui esse o abate furtivo de inimigos com armadura pode ser feito desde o começo do jogo. A explicação dada pelo jogo para isso acontecer é que Dani Rojas já foi combatente do exército, por isso tem tanta maestria com armas e com a eliminação de inimigos.
“Parças”
Parças é como são chamados os companheiros que auxiliam Dani durante os combates. Algo que já foi visto em Far Cry Primal, Far Cry 5 e New Dawn com a diferença que desta vez existem companheiros que te ajudam especificamente em combates com arma de fogo e outros em combates furtivos.
O destaque certamente vai para Guarpo, um crocodilo que não deixará ninguém encostar em você sem antes ter um braço devorado.
E para Chorizo, um cachorrinho muito fofo, que é capaz de cativar até mesmo os soldados mais malvados com sua fofura, enquanto você se aproxima do soldado e o finaliza.
Os “parças” são certamente um dos elementos de gameplay mais divertidos do jogo, e com certeza te fará ficar alguns minutos admirando a fofura de Chorizo, ou mandando Guarpo ir pra cima de algum soldado. Isso sem contar com os outros 4 companheiros disponíveis que junto com Guarpo e Chorizo totalizam 6 “parças” que você poderá escolher entre eles durante a jornada podendo alternar entre eles a qualquer momento do jogo, para que o sucesso na missão seja certo.
Dani Rojas VS Antón Castilho
O embate entre o herói e o vilão é sempre o confronto mais esperado, seja nos filmes ou nos jogos, e aqui em Far Cry 6 essa jornada até o fim será cheia de altos e baixos mas valerá a pena no final.
Dani Rojas: O personagem pode ser Masculino ou Feminino, isso será escolhido pelo jogador antes da primeira cutscene do jogo. Dani já foi militar e cresceu em Yara, quando mais velho decide fugir para os EUA com mais dois amigos, mas esse plano falha e seus dois amigos acabam morrendo. Então Dani vai atrás da Libertad, um grupo de resistência que sua amiga em seu leito de morte o disse para ir que lá ele conseguiria ajudar. Dani encontra essa resistência e decide ajudar a derrubar a ditadura de Antón (Tudo além daqui é Spoiler).
Antón Castilho: O vilão é calmo e sereno, mas suas atitudes não refletem seu comportamento, pois logo no início do jogo vemos que ele é totalmente cruel e sem coração ao metralhar e afundar um barco cheio de pessoas inocentes que só queriam fugir da ilha. E esta é só a ponta do iceberg do que o personagem é capaz de fazer para manter seu “Paraíso”. Tudo isso enquanto tenta ensinar tudo de como ser um líder para Diego, seu filho no qual ele quer que assuma seu posto, após o seu reinado como ditador de Yara.
Essa dualidade entre os personagens é nítida e envolvente. O que faltava de protagonista nos outros jogos da franquia, aqui é apresentado ao máximo, principalmente por agora ser possível ver o protagonista nas cutscenes e em alguns momentos dentro dos acampamentos, onde a câmera fica em terceira pessoa e conseguimos ver o personagem (inclusive ver as customizações feitas na roupa dele(a).
Termos Técnicos
Em termo técnicos podemos dizer que o jogo é tudo que esperaríamos de um Far Cry, principalmente se tratando de ser o primeiro feito para a nova geração de consoles.
No jogo o visual é belíssimo, o loading no PS5 demora cerca de 3 segundos, e chegando perto dos 10 ao iniciar o jogo. Além de fazer bom uso da nova tecnologia do Dualsense, onde os gatilhos adaptáveis funcionam muito bem para simular os gatilhos das armas, mudando a resistência de uma arma para outra. Mas não essa não é a única funcionalidade que o controle traz, durante a cavalgada em cavalos é possível sentir cada passo que o cavalo dá no controle, algo que traz uma maior imersão para o game, além de também apresentar em veículos a pressão no R2 simulando o acelerador do carro, aspectos esses que são incríveis e trazem um ar de que realmente o game é de nova geração.
Extras
Sobre os extras uma coisa muito legal, que será lançada será um modo onde o jogador poderá jogar com outros vilões da franquia, sendo eles, Vaas, Pagan Min e Joseph Seed.
Conclusão
Se fosse para resumir Far Cry 6 em poucas palavras eu diria que ele é uma “Verdadeira experiência Far Cry”, porque inova pouco na questão de roteiro e elementos de narrativa, mas que por outro lado irá agradar demais fãs de longa data da franquia, principalmente quem amou o Far Cry 3 e o Vaas. Portanto, eu indico fortemente o jogo, desde que você vá jogar esperando se divertir e experimentar mais uma vez a experiência que Far Cry proporciona, sem esperar algo tão inovador na franquia.
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