GRIS desenvolvido pela Nomada Studio e lançado em 2018 para Windows, MacOS e Nintendo Switch, é um jogo belíssimo que poderia ser muito bem descrito como uma obra de arte “jogável”. Por mais que tenha sido indicado (e até vencido) alguns prêmios de games, pode não ser um jogo pra todos, afinal ele não possui mecânicas tão tradicionais como mortes e luta contra inimigos presentes nos jogos de plataforma. Se trata muito mais de um jogo sobre imersão, nos trazendo emoções através da arte visual e sonora.

O jogador deverá resolver puzzles e ser capaz de interpretar as metáforas colocadas ali, pra assim conseguir entender a história do jogo. Podemos traçar um paralelo com o aclamado jogo Journey, lançado em 2012 pela empresa Thatgamecompany, onde não existe diálogo algum dentro de jogo e são as imagens e sons que conduzem a narrativa.

Se trata muito de um processo de luta e reconstrução/renascimento da personagem. Logo no início vemos que a protagonista cai em um abismo de dor e sofrimento, onde ela perde sua voz e todas as cores de sua vida, não há explicação alguma do nome ou o sobre o trauma que a personagem passou, aos poucos o jogador deve ajudar a personagem recuperar as cores e até mesmo sua voz e, com isso, o sentido de viver.

É um jogo curto que pode ser zerado em três ou quatro horas e não dá pra estender muito sobre a história sem dar spoilers, você deve jogá-lo pra ter a experiência fantástica que os desenvolvedores planejaram. Conforme dito talvez não agrade a todos, mas é um jogo muito bonito com uma trilha sonora incrível e que aborda o assunto saúde mental (muito complicado de se discutir pelos gatilhos que causam em algumas pessoas), de uma maneira muito assertiva e delicada. GRIS é uma experiência e tanto que não funcionaria tão bem em outra mídia, afinal a imersão que os jogos conseguem causar é algo de outro mundo.
0 Comments