Chegou na Netflix mais uma badalada série do Showrunner Mike Flanagan. Aqui acompanhamos Riley Flynn (Zach Gilford), Bev Keane (Samantha Sloyan) Erin Greene (kate Siegel) e o Padre Paul Hill (Hamish Linklater) numa jornada de fé na Ilha Crockett. Riley volta à ilha após anos preso por atropelar e matar uma garota no continente. Uma metáfora do bom filho à casa torna. O Padre Paul chega para substituir o Monsenhor Pruitt e trazer as boas novas. Bev Keane a beata da cidade quer controlar tudo e todos sob sua fé cega. Como mencionado em toda a parte, o terror aqui é usado apenas como ferramenta para o drama de seus personagens.

O passado dos personagens, em sua maioria, é abordado por meio de diálogos expositivos, pouco se mostra, muito se fala. O “protagonista” Riley Flynn além da cena introdutória, tudo que sabemos do personagem, vem através dos diálogos, Quem tem o passado melhor explorado é o Padre Paul, quando é mostrado tudo que aconteceu ao Monsenhor Pruitt e como o novo sacerdote chegou à ilha. Um exemplo dessa exposição é quando os personagens mencionam a todo instante um acidente com petroleiro e como Bev Keane atuou para aceitarem dinheiro da empresa, obtendo vantagens na negociação, mas nada se mostra dessa corrupção.

Há forças sobrenaturais na história, mas apenas do lado dos vilões, todas as soluções são apresentadas através das decisões das pessoas, não há intervenção divina, há uma evidente demonstração de fé dos inúmeros personagens, mas a falta de resposta efetiva traz uma sensação de inutilidade.

A série levanta questões pertinentes, como a intolerância religiosa, o fanatismo e o controle das massas por meio da religião e do medo. A série pode ser considerada uma obra sobre ateísmo ou agnosticismo, aposto na primeira, mas tenta ser uma obra sobre fé inabalável, mas a falta de resposta a essa fé, deixa muitas perguntas no ar. A morte, na série, é o fim, não o recomeço existente na Bíblia. Exemplo dessa perspectiva é quando Riley e Erin estão conversando sobre a morte e o protagonista discorre como a morte acontece de forma científica e no final Erin termina contemplando as estrelas e refletindo sobre o universo e a conversa que tiveram.

Os pontos positivos da série, ficam por conta de um dos vilões, o “mentor” do Padre Paul, uma representação diferente do vampiro e como o Padre o confunde com um anjo, mas não passa disso.
A fotografia segue o padrão das séries de Flanagan, assim como a trilha sonora.
Por fim, Missa da meia-noite parece uma novela comum no horário nobre Brasileiro, diálogos expositivos aos borbotões e personagens pouco desenvolvidos, mais um drama sobrenatural na conta de Mike Flanagan.
Criada e dirigida por Flanagan, a minissérie de sete episódios também estrela Kate Siegel, Rahul Abburi, Crystal Balint, Matt Biedel, Alex Essoe, Annarah Cymone, Annabeth Gish, Rahul Kohli, Kristin Lehman, Robert Longstreet, Igby Rigney, Samantha Sloyan, Henry Thomas e Michael Trucco. Além disso, também conta com a produção executiva de Flanagan e Trevor Macy pela Intrepid Pictures.
0 Comments