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Vigaristas em Hollywood | Crítica


Com péssimo timing, George Gallo entrega um filme estrelado mas sem inspiração.

O produtor Max Barber (Robert de Niro) contrai uma dívida junto do chefe da máfia Reggie Fontaine (Morgan Freeman), devido ao seu último fiasco cinematográfico. Com a vida em jogo, Max produz um novo filme apenas para matar o protagonista numa acrobacia e cobrar o prémio do seguro. Mas quando Max escolhe Duke Montana (Tommy Lee Jones), não espera que o velho alcoólico se sinta revitalizado perante as câmaras. Incapaz de matar Duke numa acrobacia básica, Max coloca-o em situações cada vez mais perigosas, das quais Duke se vai safando sempre. Até onde irá Max, o produtor falhado, para salvar a sua pele?

O filme é escrito e dirigido por Geroge Gallo, que sempre tem grandes elencos em seus filmes. Morgan Freeman e De Niro já atuaram em alguns deles, além de outros nomes de peso, como:  John Travolta, Selma Blair, Meg Ryan e Nicolas Cage. Porém nunca entregou algo memorável, e não foi em Vigaristas em Hollywood que ele conseguiu.

Uma pena que seja assim, porque o trailer entregava um clima muito promissor, que realmente me deixou empolgado para assistir o filme. Mas aquela sensação de uma narrativa bem dinâmica presente nele não se repetiu no longa, que mesmo tendo em torno 1:40h de duração deixa uma sensação de extremo cansaço no meio, parece que o filme nunca vai chegar no fim.

Isso acontece porque o roteiro de Gallo é sem nenhuma inspiração. Ele conta uma história batida e sem graça, onde o protagonista deve um dinheiro, faz um plano pra conseguir e desde o começo você já sabe como vai terminar. Ele é preguiçoso para criar momentos de tensão, reviravoltas interessantes ou qualquer outra coisa que pudesse surpreender.

Na direção Gallo também não consegue ter qualquer ponto que mereça destaque. O filme é vendido como ação com comédia e parece que o diretor não consegue encaixar os dois gêneros.  As piadas são sem graça e colocadas em meio a cenas de ação quase embaraçosas. É tudo muito previsível, a ponto de em nenhum momento o espectador imaginar que o ator realmente possa morrer em alguma das cenas montadas para que isso acontecesse.

Nem mesmo o poder do trio Robert De Niro, Morgan Freeman e Tommy Lee Jones salva o filme. Os três estão claramente atuando no automático, isso porque os personagens são mal escritos e caricatos, e os atores pouco esforço fazem para que isso mude.

A primeira coisa que o filme nos conta é que ele se passa em 1974, com uma frase bem grande na tela. Mas se não fosse por isso ninguém perceberia que o filme se passa na década de 1970. Não tem um design de produção que se aproveite disso para contar a história, e não tem nem mesmo uma trilha sonora marcante, que seria até fácil de usar pela época. Inclusive a diretora do filme vivida pela Kate Katzman não combina em nada com a época que deveria ser retratada. Ela parece que está nos dias de hoje, e a atriz está interpretando uma versão dela mesma.

Além disso, lançar um filme onde um produtor tenta matar um ator por causa de um seguro, em época de notícias de tragédias em sets de filmagem é no mínimo um erro de estratégia. O que não é um problema do filme, mas ajuda no gosto amargo no final da sessão.

Claro que assistir De Niro, Freeman e Tommy Lee Jones juntos sempre pode ser divertido, mas mesmo com esse super elenco, se a história não for boa, não vai adiantar.


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